quinta-feira, 9 de setembro de 2010

PARAR PRÁ QUE? VAMOS É CORRER !


As pessoas da minha geração foram formadas e criadas num contexto bem diferente do atual, em que predomina o video game, a internet e a sua variedade de opções que inserem as crianças num mundo virtual, bastante diversificado, ao passo que naquela época as novidades que prendiam a nossa atenção eram outras bem diferentes e reduzidas.
No nosso tempo uma das maiores diversões eram as rodas noturnas em volta de fogueiras ou às portas das casas, ocasião em que os “causos” principalmente de assombrações faziam o maior sucesso.
Assim, muitas fomos, as pessoas, que interiozamos aquelas fantasias como que se reais, carregando nossos medos e fantasmas incutidos em nossas memórias desde a infância, algumas tendo enorme dificuldades em abandona-las e viver o mundo concreto e cotidiano, onde não existem espaços para seres e criaturas que o imaginário popular trabalhava nas mentes das crianças.
Existindo na chegada da cidade de Goiás uma curva onde hoje se situa um hotel fazenda e tendo ali muitas pessoas perecidas em acidentes de trânsito, o local para os que conhecem tal trágido passado desperta temores nos mais assombrados, principalmente no período noturno, já que a noite sempre foi associada aos momentos em que os assombrosos seres e fantasmas perambulam pelo nosso mundo. Tanto que certa feita estávamos ,o colega Antonio Martins, o sargento Eduardo e Eu retornando de uma blitz, quando ao passarmos por ali vimos uma mulher à beira da estrada caminhando sozinha em alta madrugada , com as mãos juntas à frente e que mesmo com o farol do carro a clareando, seguiu o seu rumo sem sequer se voltar para qualquer dos lados, nos deixando encabulados com o que vimos.
Eis que passado um certo tempo, em uma noite chuvosa estávamos eu e um colega auditor passando pelo mesmo local, quando vimos um clarão mais ou menos de uns vinte metros de altura, que iluminou tudo em volta, nos deixando surpresos e assustados, como era o colega que estava dirigindo o meu primeiro instinto foi lhe dizer: “pára, pára o carro “, obtendo como resposta:” para prá que?, vamos é correr”. Assim falado e assim acontecido, pois mais do que depressa nos afastamos em boa velocidade, nunca tendo sabido direito o que vinha a ser aquele acontecimento.
Hipóteses existem de que possa ter sido o chamado fogo fátuo, que a decomposição de seres ou plantas em algum tipo de situação geográfica propicia, muito embora ali ela não se enquadre nas que estão sujeitas a isso, pois a sua constância se verifica em uma regiões pantanosas, ou então uma inflamação espontânea de gases emanados de sepulturas que , se existentes pelas cercanias, mais aumenta o mistério do que, por ali se sucede.
José Domingos

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