sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O NOME NA CUMBUCA


O pessoal do fisco, embora em pequena quantidade, acostumado que está a uma faixa salarial que permite uma vida confortável, volta e meia, em razão disso mesmo e de gastos exagerados, se veem em dificuldades financeiras, em idos tempos recorrendo a agiotas particulares e se enredando num emaranhado sem fim, com as dívidas se acumulando e acarretando muitas dores de cabeças, o que hoje foi quase que totalmente substituido pela agiotagem oficial através dos empréstimos consignados com desconto direto na folha de pagamento..
Felizmente, a quase totalidade dos que outrora se viram quase que “quebrados”, hoje se acham em uma situação mais tranquila, pois praticamente todos conseguiram dar a volta por cima, e que por possuirem uma boa renda salarial não tiveram que fazer o que a maioria dos falidos fazem: comprar uma mala e ir para Lins( não a cidade do estado de São paulo mas Lugar Incerto e Não Sabido).
E foi assim que certa feita, quando tivemos uma das mais baixas remunerações da história do fisco goiano, um colega então morador de Itapuranga, que tendo buscado empréstimo a uma infinidade de agiotas ,e outras dívidas a começar do supermercado, do picolezeiro, do açougueiro, do verdureiro, etc, (quase cinquenta pessoas) se viu em sérios apuros, não lhe restando outra decisão do que a de reunir todos os seus credores e lhes fazer a seguinte proposta: mensalmente vou colocar o nome de todos vocês numa cumbuca e vou sortear dois, os quais farei o pagamento, só do principal, assim dentro de no máximo dois anos estarei quites com todo mundo.
Foi uma chiadeira geral, pressões, ameaças, porém ele se manteve firme e conseguiu firmar o acordo. Decorrido já quase um ano, um dos credores nervoso com a demora, por que ainda não fora sorteado e pago, o interpelou querendo receber o que o colega auditor lhe devia. Este bastante sério, quase cerimonioso retrucou:- “acordo é acordo. Acho bom você não ficar me amolando, senão, nem o nome seu, na cumbuca, eu coloco mais. Certo?”.

José Domingos

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