terça-feira, 28 de setembro de 2010

ME TIREM DAQUI, EU CONTO TUUUDO!!!


Mais um “causo” contado pelo Paulo Sérgio que, quando busca no fundo do baú de suas memórias, sempre aparece um situação vivida, seja ela pitoresca ou interessante ou ambas as coisas.
Houve um certo periodo em que a sonegação de impostos incidentes sobre o alcool etanol alcançava alarmantes proporções, fazendo assim., com que a fiscalização de trânsito( o forte do Paulo Sérgio, um dos melhores “comandeiros” em ação no Estado) se desdobrasse para conter a sonegação, correndo daqui prá lá e da lá prá cá, visando cobrir toda a área onde maior fosse a propabilidade de que isso viesse a ocorrer.
E foi assim que certa feita lá estava uma equipe ( o Paulo a ela comandando) no trevo que demanda à cidade de Taquaral quando abordaram um caminhão tanque carregado do produto, sem a devida nota fiscal. Como se verifica nessas situações, a fim de que o trabalho de fiscalização seja o mais abrangente possível, os auditores fiscais tentaram de todas as formas desdobrir de qual usina havia saído o alcool etanol sem a documentação fiscal exigida para a operação, tendo sido vãs todas as tentativas, pois o motorista se recusava a prestar tal informação.
Por sugestão de um dos policiais que auxiliavam naquela blitz, todos se dirigiram até a uma delegacia de uma cidade próxima, onde o Paulo então narrou os fatos ao delegado de policia de plantão, que interrogando o motorista também não obteve dele as informações que lhe foram solicitadas. Ante sua recusa, o delegado determinou a um agente de policia, não sem antes lhe cochichar algo ao ouvido, que conduzisse o motorista até uma cela, local onde já se achavam outros cinco presos.
O Paulo Sérgio então perguntou àquela autoridade policial quais seriam as próximas providencias, tendo o delegado respondido que seria ouvir a confissão do motorista, ao que retrucou o nosso colega: “ como se ele não quis falar nada?”, ao que, prontamente, obteve como resposta do delegado: “espere apenas dez minutos e ele vai confessar até o que não sabe”. Dito e feito, não havia ainda decorrido o prazo estipulado, eis que veio um verdadeiro berreiro lá das celas: “me tirem daqui, me tirem daqui, eu conto tudo!” De novo conduzido o motorista até a presença do delegado e do escrivão, aquele forneceu em detalhes todas as informações que lhe foram pedidas e até outras que não lhe haviam sido solicitadas, não sem antes ele haver recebido a promessa de que não seria, de novo, preso onde fora colocado.
Findo o seu depoimento o motorista foi liberado. Cheio de curiosidade o Paulo Sérgio perguntou ao delegado como ele tinha tanta certeza de que o motorista mudaria de idéia, como de fato aconteceu. Entre gargalhadas a autoridade policial lhe disse: “você viu que antes de que ele fosse encaminhado à cela eu cochichei no ouvi do agente que o condiziu. Bem eu disse a ele para, em separado, dizer aos outros presos que ali já se acham a mais de tres meses, que ele era um estuprador. Oras, existe no meio dos detentos um código de honra de que estuprador tem que merecer preso, o mesmo tratamento que deu às suas vítimas, assim você poder imaginar o aperto pelo qual ele passou”.
José Domingos

Nenhum comentário:

Postar um comentário