sexta-feira, 26 de novembro de 2010

TÔ LÁ NA SAÍDA DE TRINDADE


Quando iniciamos os trabalhos no Fisco, nos idos de 1984/1985, fomos deslocados para todas as partes do Estado, distribuidos em turmas de oitenta integrantes por vez, lotando e bastante as delegacias fiscais do interior, embora naqueles tempos, o hoje estado do Tocantins ainda fizesse parte do território goiano, portanto tendo muito espaço para acomodação da leva de seiscentos novos integrantes do quadro.
Aos poucos, com um maior acomodamento, boa parte foi sendo absorvida aqui mais por perto da capital, com um grande contingente de fiscais trabalhando nas dezenas de equipes de comandos volantes que atuavam na chamada grande Goiania, sendo que naqueles tempos o mais usado meio de contato/comunicação se dava através de rádio, com uma central operando vinte quatro horas, de maneira ininterrupta na sede da delegacia fiscal, então localizada em acanhadas instalações onde hoje se acha situado o CAT – Conselho Administrativo Tributário, embora todos fossem imbuídos de grande comprometimento com o trabalho, existia uma grande rigidez quanto ao controle dos fiscais em serviço.
Certa feita estava eu e o colega, que à época assinava e fora aprovado como Demerval Birajara Meneguel Mundo, com tal nome tendo sido o orador na posse da nossa turma, e que hoje legalmente assina outro nome, o seu de batismo e registro numa longa história da qual ele não faz questão de relembrar, pois adotou um nome de outro para fugir da ditadura militar, quando com o rádio ligado, escutamos a central chamando um colega, sendo que este tão logo respondeu, ouvimos nitidamente a conhecida vinheta/chamada da TV Globo, o famosíssimo “plim-plim” e aquele perguntado onde estava naquele momento assim respondeu: “ Tô lá na saída de Trindade. Ôpa, tô aqui na saída de Trindade”. Tal diálogo mantido pelo rádio foi ouvido por dezenas de colegas que estavam trabalhando no comando volante e nos postos fiscais das entradas/saidas de Goiania, tendo por um longo tempo, sido motivo de muitas chacotas com o colega que a alguns revelou que o “plim-plim” denunciador era por que ele se achava tranquilo, refastelado no sofá da sala de sua casa, com as janelas abertas e a viatura na garagem e quando correu para atender o rádio, naquele momento a televisão contribuiu para provocar toda a confusão e ao invés de dizer, na sua mentira “tô” aqui na saída de Trindade, proferiu um "tô" lá....”

José Domingos

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