segunda-feira, 22 de novembro de 2010

USURPANDO FUNÇÃO


O “causo” de hoje nos foi narrado pelo colega Alberto Alves Ferreira, que embora tenha identificado o protagonista, seu amigo de longa data, deixamos de nomina-lo, um auditor bastante qualificado e que sempre é chamado para as ações fiscais mais perigosas, uma vez que ele nunca se “lixou” para o perigo, estando sempre na linha de frente, dotado que é de intrépida iniciativa e a sua perspicácia sempre redundou em serviços da mais alta qualidade e produtividade.
Das nossas atividades funcionais, em algumas situações em que o contribuinte autuado decorre também em crimes contra a ordem tributária, invariavelmente o autor da ação fiscal é chamado para prestar depoimentos na delegacia especializada que a policia civil mantém dentro das próprias instalações da secretaria da fazenda, a DOT.
E assim esse nosso colega tendo feito mais uma de suas grandes ações fiscais, certo dia foi chamado naquela especializada, na qualidade de testemunha conforme ocorre sempre nesses casos, para prestar declarações que sempre clareiam e esclarecem o que foi feito, facilitando o entendimento e o trabalho da policia no respectivo inquérito.
Lá chegando o auditor se deparou com uma escrivã, que, ao que tudo indica era recém iniciada na atividade e, diante de sua insegurança, ele depoente assumiu o lugar dela em frente ao computador e se pôs a digitar o seu próprio depoimento.
Nesse instante adentrando um delegado que não o conhecia e notando o que ele estava fazendo, lhe disse de forma bem direta: “ eu não conheço o senhor, e estou vendo, ao que parece, que fazendo o que é de obrigação da escrivã, portanto, saia já daí ou eu irei lhe processar por usurpação de função”.
O arrojo e atiramento do colega que sempre se posicionou na linha de frente sempre que solicitado, segundo o Alberto esteve uns dias meio que em hibernação após esse fato, porém tendo voltado com todo o vigor decorrido algum tempo, mas desde então, sempre que convidado a comparecer na DOT ele o faz de forma bem retraída e tímida, esperando que toda e qualquer iniciativa seja da parte do escrivão que o atender, talvez por que o susto passado daquela outra vez não tenha ainda esfriado em sua memória.


José Domingos

Nenhum comentário:

Postar um comentário