sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O PROTESTO DOS BOTEQUEIROS

Há umas duas décadas passadas, o trabalho de fiscalização ainda carecia de um aprimoramento, o que aliás deve ser constante em qualquer meio, desse modo quando constátavamos alguma irregularidade na situação de mercadorias, fazíamos a apreensão, sempre alegando como pretexto que era para comprovação da infração, embora o objetivo quase sempre, não divulgado, era o de assegurar o pagamento do auto de infração.
E assim, não poucas vezes a retenção de uma carga acontecia por dias seguidos, até que aparecesse algum responsável que ou quitasse o auto, ou devidamente cadastrado junto ao Estado de Goiás assinasse com responsável, para só então a mercadoria ser devidamente liberada.
Conta nos, José Cesar Gondim Melo que, por esses tempos, trabalhando no posto fiscal de Engenho das Lajes, ao receber, ele e mais cinco companheiros, a escala de serviços do plantão anterior, constava uma apreensão feita por um colega carioca, hoje não mais no Fisco goiano, pois foi aprovado em concurso na sua terra natal e para lá retornou, cuja mercadoria era subprodutos de abates bovinos,assim entendidos fatos, gorduras e outras partes não comestivéis, que na noite anterior fora detectada sendo transportada sem documentação fiscal. O motorista, não se sabe se de propósito, antes de tomar um rumo em busca de quem se responsabilizasse pela imposto que não fora recolhido e a multa disso decorrente, estacionara o caminhão o mais próximo possível dos guichês de atendimento do posto fiscal.
Por aqueles tempos as escalas eram de cinco dias ininterruptos, sendo que no primeiro, já no seu ocaso, uma pequena "catinguinha" começou a recender da carga, provocando incomodos, e no seguinte, depois do almoço o mau odor já estava quase que provocando naúseas e, nada
de aparecer o responsável para a devida liberação de tão indesejavel companhia.
O terceiro dia de serviço estava ainda começando a principiar, e foi um corre-corre na procura e querendo achar o número do telefone do colega autor da ação fiscal, para que viesse dar um jeito na carga que apreendera,nessas alturas não só os funcionários do posto já não estavam aguentando, mas também os proprietários de pequenos comercios instalados nas proximidades que surpreendendo aos servidores e motoristas que estavam por ali, fizeram uma manifestação de protesto com alguns cartazes em frente a repartição, pedindo que se desse um jeito naquela fedentina, o que se soube, só veio a ocorrer, depois que José Cesar e seus colegas de escala já havia vindo embora.
José Domingos

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