terça-feira, 9 de novembro de 2010

A TROPA NÃO!!!


Nos conta o Rogério Gomes Sobrinho que ainda bem jovem quando estava passando uns dias na fazenda de um tio no município de Jandaia, assistiu a uma cena bem divertida.
Naquela época quando ainda não existia a facilidade de energia elétrica de hoje, cada localidade procurava um jeitinho de se arrumar, ela mesma criando a sua empresa de exploração chamada força e luz, através da instalação de pequenas usinas geradoras de energia para atender a demanda da população, que naqueles tempos não era grande.
O prefeito e a câmara de vereadores do município após estudar onde poderia se dar a instalação da usina local, constataram que a fazenda do seu Agenor Gomes, tio do Rogério, tinha um córrego caudaloso e propício para isso, além de se localizar quase dentro do perímetro urbano, sendo mais um dos requisitos muito observados naqueles tempos.
Lá foram em comissão, falar com o seu Agenor, oportunidade em que o Rogério se achava então presente. Após os cumprimentos de praxe, o prefeito incumbiu o engenheiro da futura obra, para fazer as explicações necessárias ao fazendeiro: “ como o senhor sabe, seu Agenor, a energia é hoje um processo de inexorável avanço, pois num futuro bem próximo será quase que impossível de se viver sem ela. Após os estudos de viabilidade constatamos que na sua propriedade se acha um curso d'água adequado para a instalação de uma usina geradora de vinte dois cavalos de força, suficiente para, nas duas próximas décadas, atender a toda a comunidade jandaiense. Para que possamos iniciar os trabalhos necessitamos de uma autorização expressa do senhor, e assim, dentro de uns seis a oito meses, a nossa cidade poderá contar com esse grande beneficio.”
Rogério viu o seu tio Agenor cofiar o bigode, a cabeça, ficar pensativo por um breve espaço de tempo, para só então se pronunciar: “ olha senhor engenheiro, senhor prefeito e todos aqui presentes, vocês sabem que eu sou um homem simples e que durante toda a minha vida, sempre tirei do meu suor todo o sustento e o que possuo. Porém o que eu não sou, é dado à ignorâncias ou querer atravancar o progresso, assim desde agora vocês já tem a minha autorização, mas o que eu não posso e nem disponho de pasto para isso, é receber aqui na minha fazenda, essa tropa de vinte e dois cavalos a que o senhor engenheiro se referiu. Mas instalar a usina vocês podem até começar agora, se quiserem.”

José Domingos

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