quarta-feira, 24 de novembro de 2010

A CRIAÇÃO DE ESCARGÔ


Sendo a classe fiscal, senão das melhores, mas situada entre as que quase estão no topo no quesito salarial, não raras vezes seus membros são procurados com propostas de negócios às vezes para lá de mirabolantes. E foi assim que um certo colega nosso, possuidor de uma chácara lá para as bandas do Aldeia do Vale, numa época foi procurado por alguns emissários paulistas, interessados em lhe propor a venda de matrizes de escargôs (moluscos comestíveis, cuja designação em francês é escargot, mas que o dicionário aurelio o trata em português conforme o fiz, uma iguaria culinária muito comum na Europa, das mais chiques e caras), fazendo uma grande propaganda, principalmente dos fabulosos e rápidos lucros, que viriam de “montão”com a criação dos “bichinhos”, em curtíssimo espaço de tempo , pelo fornecimento aos restaurantes goianienses e também no envio a outros estados, quiçá, logo logo, também com a exportação para outros países.
Deslumbrado e visibilizando ganhar dinheiro fácil, segundo nos contou a fonte que não quis ser identificada( também colega do fisco), o fiscal/chacareiro sacou todas as suas economias de uma vida, depositada em uma caderneta de poupança, beirando a mais de cinquenta mil reais e cega e honestamente repassou para os fornecedores dos tais moluscos que, no máximo em um mês lhe entregaram algumas centenas de matrizes que afiançaram ser do mais pura origem de escargots vinda da França, portanto, da mais alta qualidade.
Quanto aos lucros nunca vieram, agora quanto à reprodução e proliferação, essas se deram em poucos dias, pois logo o seu tanque de criação, previamente preparado estava “supitando” de crias que avançaram para outras chácaras vizinhas, com isso provocando o maior rebu, pois na realidade os falsários que haviam negociado com o auditor fiscal, lhe entregara fora milhares de caramujos africanos, praga que até hoje ainda alastra pelas cercanias da propriedade rural/urbana do colega, que só a muito custo, não teve todas as suas instalações depredadas pela fúria dos seus confrontantes, que tão logo souberam partir dali a praga que assolava a tudo e a todos, queriam mais era “partir” a cara de quem era o responsável toda aquela confusão.

José Domingos

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