quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O MENINO XERETA

Conforme me narrou a Lucy Mary de Assis, com quem tive o grande prazer de trabalhar quando estávamos na delegacia fiscal de Goiás, esse acontecimento se deu com os nossos colegas de Goiás, e que até hoje ainda se encontram em exercício por lá, Ruideberto e Rogerio Rezende, que foi aprovado no Fisco em 1998 quando estava ainda adentrando na idade mínima para tanto, que era de dezoito anos.
Segundo nos contou a Lucy, após uma denúncia anonima, de que haveria um grande depósito de cereais em situação irregular na cidade de Itapirapuã, Ruideberto e Rogério foram designados para proceder tal verificação. Depois de ficarem pelas proximidades, como quem não quer nada, pois o estabelecimento estava fechado, viram ele se abrir quando parou uma carreta para descarregar um carga de sacas de feijão, os quais eram em número de quinhentos volumes, e estavam desacompanhados de qualquer documento fiscal exigido para aquela operação. Feita a abordagem o motorista e os chapas só diziam que haviam recebido ordem para descarregar a carga naquele local, onde verificaram existiam para lá de dois mil sacas de feijão que, certamente, também não possuíam o documento fiscal necessário.
Nessas ocasiões, num jogo de gato e rato, muito vezes o dono está até ali no meio dos curiosos que se juntam para ver a ação, mas ninguém costuma falar nada, esperando ver se o proprietário consegue de alguma forma se safar da multa, o que naquele dia também aconteceu, e embora o Ruideberto e o Rogério perguntasse a um e a outro, ninguém sabia de nada, bem, isso só até os dois auditores começaram "arredar" os volumes de feijão que estavam dentro do estabelecimento, pois tão logo começaram, uma criança de uns sete anos que estava ao lado do pai, começou a atirar pequenos pedregulhos nos dois, dizendo: “ôcêis larga de mexê nas coisas do meu pai, ôcêis larga de mexê nas coisas do meu pai!”, fazendo com que o pai dele, bastante brabo dissesse ao Rogério e ao Rui: “é, agora que esse moleque deu com a língua nos dentes, não tem mais jeito, toda essa mercadoria é minha mesma. Eu vou ter que pagar a multa, mas que eu vou dar uma "pêia" grande nesse moleque, ah, isso vou!, prá ele largar de ficar enxeretando com coisas de gente grande. Lá em casa ele não me escapa, ele pode aguardar ”.

José Domingos

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