quinta-feira, 28 de outubro de 2010

A DANÇA DO GALO CEGO

Como em qualquer parte, no nosso meio existem pessoas que só são miseráveis, por que ainda não foram criados adjetivos diferentes para classificar ao que de mais pão duro possa existir.
Assuntos que envolvem sovinice sempre são divertidos, portanto, permanecem indefinidamente na memória daqueles que os presenciam, muitas vezes até mesmo como coadjuvantes, ou que deles tenham ouvido falar.
Assim o nosso colega e fonte que nos abastece de muitos e hilários "causos", Roberto Costa e Silva Junior, o Robertinho, se lembrou de mais um, acontecido quando ele trabalhava em Pires do Rio, fazendo dupla com o colega que, ao dinheiro, tinha mais amor do que a si próprio. Certo dia Robertinho chegou na república, vindo do supermercado onde fora fazer algumas compras, e deparou com o auditor, sentado, em total concentração, pingando o conteúdo de um pequeno vidrinho em outro, gota a gota observando com a máxima atenção, fazendo com que o chegante lhe perguntasse o que estava "aprontando", só recebendo como resposta um "shiiishiiishiih...." de silencio, mostrando que o colega não queria parar o que estava fazendo sequer para lhe informar o por que daquilo.
Tendo ido tomar banho, quando retornou à sala, tendo o colega já concluido o seu meticuloso trabalho, Robertinho ouviu dele que, o que estava fazendo era contando quantas gotas de colirio cabiam naquele pequeno frasco do qual ele havia transposto para um outro identico, pois tendo que fazer uso daquela medicação diariamente, ele queria saber exatamente quanto que custava cada gota que pingava nos olhos.
Passado algum tempo, estando o auditor de novo sozinho na república, o Robertinho a ela adentra, e o vê com um olho fechado e o outro aberto, movendo a cabeça para baixo, rumo ao ombro esquerdo e voltando a posição normal e repetindo o gesto por uma porção de vezes. Quando ele parou com a aquela gesticulação o Robertinho o perguntou se estava fazendo !a dança do galo cego," pois nunca tinha visto aquele tipo de coisa antes, no que o colega lhe respondeu: " você se lembra de quando eu contei as gotas do meu colirio, para ver quanto custava cada uma? pois é, se eu não faço aquele balançar que você viu ainda agora, eu teria perdido R$ 0,18(dezoito centavos) pois ao fazer o meu uso diário, uma gotinha caiu fora dos olhos e então fiz aquele contorcionismo todo mas, felizmente consegui leva-la pra dentro do olho. Você sabe Robertinho, dinheiro não está fácil, né?"

José Domingos

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