quarta-feira, 13 de outubro de 2010

OS DOIS COM "CÉSSO"


Como todos conhecem, ou quem sabe já tenham pelo menos ouvido falar, algumas maneiras de tratamento se consolidaram ao longo dos tempos, num linguajar totalmente peculiar a uma região, assim o “uai” e “trem bão” são tipicamente mineiros, o “tchê” e “bah” gaúchos, e por ai vai.
Como alguns retratam aos mineiros como baianos cansados, e aos goianos como mineiros na mesma situação, somos uma mistura de gente e de raças, devemos ter absorvido características várias que vieram a se incorporar ao nosso cotidiano.
E é, desse falar com tipicidade regional aqui explicado, é que narramos o nosso “causo” de hoje, mais divertido em razão do linguajar nele empregado. Quem conhece o termo sabe que se refere a tique nervoso, mania, hábito, gesto, ou mesmo expressão corporal repetitiva, à qual se convencionou, para muitos, de se chamar de “césso”.
E foi assim, um encontro de duas pessoas cada um com um “césso”: o auditor a quem preferimos não nominar, com o seu de balançar a cabeça para um lado e para o outro, como se estivesse de tudo discordando, e um motorista cujo “césso” era de balançar a cabeça só que para cima e para baixo como se tivesse assentindo com tudo ao seu redor. Lá estava o auditor num posto fiscal e eis que chega o motorista e lhe entrega a nota da carga, confere daqui, olha dacolá, observa, sempre meneando a cabeça para a direita, para a esquerda, para a direita, para a esquerda, olhando fixamente na nota.No guichê, balançando a sua para baixo e para cima,ante a demora, o motorista já impaciente, desconhecendo ou não querendo admitir que também possuia um tique nervoso, só que em sentido contrário, brada: “ôh fiscal, tá tendo algum problema com a minha nota, ou esse seu “balangar” de cabeça é só um “césso?, desenrola ! Eu preciso seguir viagem. Vamos logo, pô!”
José Domingos

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