Como todos conhecem, ou quem sabe já tenham pelo menos ouvido falar, algumas maneiras de tratamento se consolidaram ao longo dos tempos, num linguajar totalmente peculiar a uma região, assim o “uai” e “trem bão” são tipicamente mineiros, o “tchê” e “bah” gaúchos, e por ai vai.
Como alguns retratam aos mineiros como baianos cansados, e aos goianos como mineiros na mesma situação, somos uma mistura de gente e de raças, devemos ter absorvido características várias que vieram a se incorporar ao nosso cotidiano.
E é, desse falar com tipicidade regional aqui explicado, é que narramos o nosso “causo” de hoje, mais divertido em razão do linguajar nele empregado. Quem conhece o termo sabe que se refere a tique nervoso, mania, hábito, gesto, ou mesmo expressão corporal repetitiva, à qual se convencionou, para muitos, de se chamar de “césso”.
E foi assim, um encontro de duas pessoas cada um com um “césso”: o auditor a quem preferimos não nominar, com o seu de balançar a cabeça para um lado e para o outro, como se estivesse de tudo discordando, e um motorista cujo “césso” era de balançar a cabeça só que para cima e para baixo como se tivesse assentindo com tudo ao seu redor. Lá estava o auditor num posto fiscal e eis que chega o motorista e lhe entrega a nota da carga, confere daqui, olha dacolá, observa, sempre meneando a cabeça para a direita, para a esquerda, para a direita, para a esquerda, olhando fixamente na nota.No guichê, balançando a sua para baixo e para cima,ante a demora, o motorista já impaciente, desconhecendo ou não querendo admitir que também possuia um tique nervoso, só que em sentido contrário, brada: “ôh fiscal, tá tendo algum problema com a minha nota, ou esse seu “balangar” de cabeça é só um “césso?, desenrola ! Eu preciso seguir viagem. Vamos logo, pô!”
José Domingos
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