sexta-feira, 22 de outubro de 2010



Logo depois da conquista do tricampeonato brasileiro de futebol, os jogadores que integraram aquela seleção histórica, foram muito requisitados para os mais diversos comerciais, fossem eles de rádio, televisão, jornais, revistas, etc. Nessa onda, o jogador Gerson atuou numa propaganda de um cigarro chamado vila rica, sendo que no seu final, ele assim dizia: vila rica, o cigarro de quem quer levar vantagem em tudo. Tão logo esse comercial passou a ser veiculado, os brasileiros com o seu espirito de gozador nato, passaram a chamar também assim, de vila rica, aqueles que queriam sempre se sair melhor que os outros, com vantagens pessoais.
Conforme nos contou o colega Ewaldo Ferreira, ao trabalhar na delegacia fiscal de Iporá ele ficou conhecendo um colega de nome Sebastião, cujo apelido até então era “Eu primeiro”, que tem muita proximidade com o apelido de vila rica, pois advinha de coisas parecidas, pois sempre que uma situação parecia favorecer a quem estivesse na frente, ele logo gritava: eu primeiro., assim o Ewaldo e outros só o chamavam de Tião Vila Rica, o que com o passar dos tempos substituiu o “Eu primeiro”, pois os colegas só se referiam a ele com o novo apelido.
Certa Feita lá estava Ewaldo e Tião Vila Rica em trabalho de comando volante em Aragarças quando, em virtude do grande calor, pararam numa barraquinha e cada um pediu um copo de caldo de cana, que era servido bem gelado. Antes de serem atendidos, contrariando o apelido anterior, Tião Vila Rica disse, “pode servir primeiro para o meu colega, pois eu gosto de beber garapa em copo de alumínio”, apontando para umas canecas enormes que estavam em uma prateleira. Servido o Ewaldo, o barraqueiro apanha a caneca na prateleira, a coloca na pia e despeja o caldo de cana, que logo entorna e escorre bastante pelas bordas da vasilha, sumindo no sorvedouro da pia. Ewaldo e todos os que se achavam em mesas ali próximas e tinham ouvido o pedido, não conseguiram esconder o sorriso, pois perceberam que na afoiteza e ambição de Tião Vila Rica, ele havia pedido para ser servido por último e na caneca, de ambição e com isso esperando que nela coubesse toda a garapa restante, não tendo observado ele que tais vasilhas embora pareçam grandes, cabem pouco produto, pois a sua maior dimensão é para conservar mais gelado o que dentro dela se coloca.
Tendo sorvido calado o que fora pedido, ao sair dali, Tião foi perguntado pelo Ewaldo o que havia achado da garapa, só recebendo um lacônico” “tava boa”, não se delongando mais e logo puxando outro assunto.
José Domingos

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