quinta-feira, 19 de agosto de 2010

O DESENCONTRO

Em minhas andanças por esse Estadão deGoiás, tive a oportunidade de conviver com muita gente, já que quando eu atuava como agente arrecadador de pequenos municipios, tempo era o que não me faltava para travar novos conhecimentos, descobrir novas e interessantes pessoas , felizmente deixando raizes de sólidas amizades que muitas vezes me obriga, porém prazerosamente a ali retornar para matar a saudade dos nossos longos bate papos.
E assim foi que quando trabalhei em Mozarlândia, é que conheci o Ezequiel, um prejudicado verticalmente, pois sua estatura não passava de um metro e vinte dois, assim mesmo acho que com um certo exagero da parte dele, pois isso é ele que assim asseverava .
. Bastante loquaz, e bem articulado, inclusive tendo se consolidado naquela cidade como um pequeno comerciante, porém muito bem sucedido, ali tendo constituido familia e fixado residencia, porém o seu começo ali não tendo sido nada fácil, pois até que a meninada se acostumasse com ele, sofreu bastante assédio, com uma enorme quantidade de moleques a lhe seguirem pela rua, lhe fazendo muito chacotas, em razão do seu diminuto tamanho.
Das muitas boas histórias que ele sempre contava, entre sonoras gargalhadas, apesar de que o Ezequiel sempre jurava de pés juntos que realmente aconteceu e da forma que ele narrava sempre, é bastante divertida e inusitada.
Quando começou no ramo de comerciante, ele acha que isso foi por volta do ano do tricampeonato mundial de futebol conquistado pelo Brasil, ou seja, mais ou menos em 1970, para que obtivesse um lucro direto para o maior centro comercial da América do Sul, indo fazer o abastecimento de sua loja com produtos adquiridos na avenida vinte e cinco de março em São Paulo.
Depois de dois dias de sacolejos e poeira, pois era o prazo de sair de um ônibus e assentar noutro, ele se vê no agitado centro comercial paulista.
Andando daqui, andando dacolá e já estando sedento, ele procura um pequeno boteco que por ter um balcão mais alto do que a sua pequena estatura e não vendo ninguém para lhe atender, para se fazer notar Ezequiel teve que dar pequenos saltos enquanto dizia: “me dá uma coca-cola, me dá uma coca cola!”, tendo repetido isso por uma cinco vezes.
Não tendo obtido nenhum resultado Ezequiel contorna o balcão pela ponta, no que depara com um não menos prejudicado verticalmente, também de baixissima estatura, que a exemplo dele, se achava a dar saltinhos e responder: “ só tem pepsi-cola, só tem pepsi-cola!”.

José Domingos

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