segunda-feira, 23 de agosto de 2010

- E VOCÊ VOLTE POR AQUI.


É mais do que sabido, notório e bastante usado, desde que o mundo é o mundo, o envolucro ter bastante valia, às vezes até mais do que aquilo que dentro dele vai.
Em se tratando das pessoas, a vestimenta estabelece a diferença, limites e até distância pois em qualquer ambiente que nos achemos, somos avaliados pela forma com que estamos vestidos. Tanto assim o é que na maioria dos locais em que se quer estabelecer requintes e distinção, chega se ao detalhe de que normas sejam criadas para o tipo de traje dos que ali frequentam, assim como também em festas e comemorações em que essa recomendação já vem expressa nos convites.
Um conhecido da cidade de Itaberai me disse certa vez que após concluir o curso de direito e começar a advogar, só passou a ser mais procurado por interessados por seus serviços, quando começou a se vestir usando terno e gravata, o que é bastante usual em nosso meio, das pessoas darem, num primeiro momento, maior importância às vestes do que àqueles que as usam.
Tive também conhecimento, por um amigo de Nova Crixás, envolvendo um fazendeiro muito rico que por lá existe , Felisbino Costa, tanto que só visita a propriedade em avião próprio, com piloto e co-piloto, embora possuidor de uma enorme fortuna só se veste bem informalmente, até mesmo com muita simplicidade. Numa da suas visitas ele foi avisado pelo gerente da fazenda que um vizinho, ambos não se conhecendo ainda um ao outro, que aquele gostaria de lhe vender a propriedade, tendo autorizado o gerente então que convidasse ao visitante a adentrar a sala onde se achava também os condutores do avião.
Quando o fazendeiro vizinho, homem simples criado ali pelas “beiras” do rio crixás, entrou e olhou para os três, vendo os belos uniformes dos pilotos, calça azul e camisa branca com vistosas dragonas sobre os ombros, foi a eles que se dirigiu, um pouco confuso e lhes “tacou” um: “qual dos dois é o seo Felisbino?”
O fato a seguir, tendo sido ouvido dos tres protagonistas entre muitas gargalhadas, me foi relatado pelo colega Luis Alberto Pereira, ex-superintendente da receita estadual, ex superintendente do fomentar, ex-superintendente do tesouro e outros ex, dá mostras de como isso é bastante usual.
Certa feita o então secretário da fazenda, José Paulo Loreiro, no seu estilo despojado, em mangas de camisa e no volante do seu veículo, se fazendo acompanhar do hoje titular do cargo, Célio Campos de terno e gravata, então superintendente do tesouro estadual e, sentado no banco de trás, Euzébio, superintendente do patrimônio trajando da mesma forma do Célio, buscava adentrar no palácio das esmeraldas pois tinham uma audiência com o governador do Estado. No portão ao se identificar José Paulo disse: “ bom dia. Sou o secretário da fazenda tenho uma audiência com o governador”. O guarda talvez tendo ouvido mal e dando uma boa olhada nos dois que se achavam de paletó e gravata e vendo a forma simples de se vestir do secretário, lhe disse:” entre deixe eles lá e você volte por aqui”.

José Domingos

Um comentário:

  1. Uái Zé, vô tê que vortá aqui otras veiz, tem muito causo pra lê, depois se ôc quizé eu vou fazê a capa deste livo, vai c um bão livro,
    Grande abraço
    saudações vilaboenses e mossamedinas.

    ResponderExcluir