sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

UFA. ANTES ELA DO QUE EU !

Existe em qualquer ambiente pessoas cheias de crendice, o que muito tem a ver com o nosso "causo" de hoje, de portar a mais variada série de amuletos, portanto acreditando em macumbas, mau olhados e assombrações, o que no nosso meio não é diferente, pois somos uma categoria de grandes diversidades em todos os campos, inclusive no religioso, já que existe uma grande associação entre o cultuar de certos costumes e a religiosidade, podendo se observar também que as pessoas que assim pensam e agem, são bastante sugestionáveis e acreditam em tudo que lhes contam ou que a eles atinjam, mesmo não sendo nada comprovado.
Certa feita trabalhava na delegacia fiscal de Goiás um colega nosso, hoje já aposentado e que apesar de haver prestado serviço só naquela unidade fazendaria, e na ex-capital residido a vida inteira, hoje se acha morando no setor oeste em Goiania curtindo a esposa, filhos e netos, que após haver se curado de uma gastrite crônica que muito o havia incomodado, voltou a ter crises fortes em função de gozações dos colegas. Tendo ocorrido um churrasco na fazenda de um outro colega, bem próxima da cidade de Goiás, onde ele se fartou de muita carne e bebidas e não tendo tido qualquer sintoma do mal que o havia afligido, também já havia se passado quase dois anos sem que visse ou sentisse qualquer anormalidade nesse sentido, e que teria que se dar imediatamente, conforme ocorre nesses casos.
Passados uns dez dias, começou um boato de que o boi cuja carne fora servida no churrasco, havia sido morto por picada de cobra e não abatido pelos meios costumeiros e que nesses casos o veneno que fora infiltrada na carne fazia um tremendo mal para quem tivesse problemas gástricos. Foi só o colega tomar conhecimento dessa boataria que tinha como único propósito o de incomoda-lo, que os primeiros sinais já começaram a se processar em seu organismo, tendo ele que recorrer, de novo, a médicos, para tratar da gastrite da qual já se julgava curado.
Esse mesmo colega, em outra ocasião, tendo plantado um pé de tamarindo em sua fazenda, ao receber a visita de um colega que passeou pelo seu pomar, foi por aquele informado de que uma crendice popular diz que quem planta um pe´de tamarindo não o vê dar os primeiros frutos, pois um pouco antes disso ele" parte desta para a melhor".
Com a planta cada vez mais viçosa e crescendo rapidamente, inversamente a saúde do colega ia se deteriorando, pois ele não tirou isso mais da cabeça, sempre se lembrando do que lhe fora dito, acreditando piamente que já estava "chegando a sua hora" pois a fruteira já estava dando sinais de se cobrir de flores, com isso aumentando a sua agonia, pois todos os dias ele olhava a planta e via que já estavam vindo os sinais do que seriam os primeiros frutos.
Assim tão logo surgiu as primeiras pontinhas do que seriam as flores, não suportando mais a pressão interior que o atingia, o colega se muniu de um motoserra e cortou a fruteira que estava entrando em sua maturidade, bem rente ao chão, com isso se sentindo bastante aliviado, o que levou a exclamar bem alto: "ufa. Antes ela do que eu !"

José Domingos

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