quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

" É AÇOUGUE E NÃO AÇOGUE "

A nossa lingua dada às suas peculiaridades que a difere inclusive da que é falada em Portugal, de ondem se origina, causa bastante confusão e não raros, muitos erros mesmo para os que são, dela, operadores contumazes.
A utilização de "s", dois esses ou cê cedilha é uma verdadeira loteria, pois muitas vezes até quem é bastante acostumado a escrever diariamente e muito, fica em dúvidas e acaba cometendo alguns equivocos.
É comum em nossas repartições que os chefes, mesmo que não dotados de conhecimentos suficientes, se arvore em rascunhar oficios, memorandos e despachos, muitas vezes massacrando a nossa lingua pátria, pois os erros que cometem não são poucos. Atualmente ficou bem fácil se corrigir os "equivocos cometidos pelos doutos e sapientes" chefes e outros, que se metem em searas às quais não dominam, pois com o advento do computador e os seus corretores de textos, os escorregões e vacilos são eliminados num piscar de olhos, não acarretando uma sobrecarga de trabalho, como acontecia quando ainda não existiam os micros, pois tudo era datilografado e constatado erros, todo o processo tinha que ser reiniciado.
o nosso "causo" de hoje tem tudo a ver com o que foi acima comentado, pois trata de um delegado fiscal de Iporá que tendo mandado sua secretária datilografar 93 oficios para os açougueiros da região, após haver rascunhado o modelo, esse foi devidamente corrigido, quando da feitura pela servidora, pois o seu chefe havia redigido se utilizando da palavra açougue sem no entanto se utilizar da letra "u", ficando portanto açogue.
Colocado o calhamaço de oficios sobre a mesa do titular da delegacia, como sempre acontece nesses casos, ele disse que quando tivesse um "tempinho" iria analisar o que fora datilografado antes de assinar.
Segundo nos contou o colega Ewaldo Ferreira Junior, testemunha de todo o fato, depois que delegado "sabichão" conferiu o que fora feito, chamou sua secretária e lhe disse que refizesse todos os quase cem oficios, vez que ela havia datilogrado errado, em todos eles, a palavra açougue, pois conforme o modelo e certo que ele havia rascunhado, não existia a letra"u", sendo que não tendo se dado por satisfeito com a sua brilhante observação, havia assinalado com tinta vermelha em todos os oficios e onde a palavra existia, portanto, inutilizando todo o trabalho feito.
Revoltada com a exigencia de refazer o que fora feito de forma correta porém agora perdido, a secretária correu a apanhar um dicionário e mostrar para o delegado fiscal que ela havia se utilizado da palavra acertamente, sendo portanto o erro dele e não dela. Segundo nos conta o Ewaldo uma particularidade a mais no caso, é que a tal funcionária havia emprestado uma boa soma em dinheiro para o seu chefe, e assim de alguma forma, ela o tinha refém em alguma situação da qual pudesse se aproveitar, do que ela se valeu na ocasião para lhe falar de forma categórica: " o erro é seu, como você inutilizou todo o meu trabalho que estava certo, se quiser você que arrume alguém para refaze-lo, porém eu é que o faço de novo ".
José Domingos

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